• Coronavírus: As novas práticas de saudação no mundo

    Publicado em 2.03.2020 às 23:26

    A propagação do novo coronavírus levou alguns países a dar indicações sobre novas formas de saudação entre os cidadãos. Entre as novas práticas de saudação estão “alternativas ao aperto de mão”, como “agitar os pés”, mas também o despejo de fontes de água benta nas igrejas. A Organização Mundial de Saúde incentivou estas novas práticas.A disseminação do COVID-19, que já infetou quase 90 mil pessoas e matou mais de três mil, está a preocupar a população mundial. As autoridades de vários países do mundo estão a estimular novas práticas de saudação, para que se evite apertos de mão, beijos e abraços, bem como o contacto com um grande número de pessoas. 

    A Escola de Medicina Yon Loo Lin, em Singapura, publicou um guia onde mostra “uma alternativa ao aperto de mão, com sugestões de formas de cumprimentar outras pessoas. 

    Sylvie Briand, do Departamento de Doenças Pandémicas e Epidémicas da Organização Mundial de Saúde, elogiou a iniciativa e partilhou o guia na rede social Twitter, alertando para a importância de uma adaptação “a esta nova doença”. 

    A preocupação com esta nova epidemia levou vários países do mundo a encorajar os seus cidadãos a adotarem novos hábitos e costumes. 
    China
    No país onde o surto do novo coronavírus começou, as autoridades de saúde estão a incentivar as pessoas a não trocarem apertos de mão. Em vez disso, aconselham a população a fazer o gesto de Gong Shou – em que devem unir as suas próprias mãos em saudação –, ou a “trocar um toque de cotovelo”, como acontece na cidade chinesa de Wenzhou, na província de Zhejiang. 
    Irã
    O Irã está a promover o slogan “Não aperto a tua mão porque gosto de ti”, de forma a estimular uma nova forma de cumprimento entre os homens, uma vez que na República Islâmica é inapropriado apertar as mãos entre pessoas de sexos opostos. 
    Um vídeo publicado nas redes sociais mostra três homens, dois dos quais com máscara e mãos nos bolsos, a cumprimentarem-se batendo os pés um no outro – o footshake.
    França
    Em França, as recomendações estão ligadas às saudações entre pessoas. À semelhança dos restantes países, as autoridades aconselham a substituição dos apertos de mão e beijos.
    Alemanha
    Esta segunda-feira, o ministro alemão do Interior, Host Seehofer recusou apertar a mão da chanceler alemã Angela Merkel, de forma a “dar o exemplo”. 
    Espanha
    Devido à disseminação do novo coronavírus, as celebrações da Semana Santa, que acontecem no início de abril, podem ser canceladas. 

    “É uma medida que está em cima da mesa”, uma vez que, durante a Semana Santa acontecem várias procissões onde os fiéis “beijam os pés dos santos para pedir proteção”, afirmou o oficial de saúde nacional, Fernando Simon.
    Roménia
    O medo do novo coronavírus levou a criação do slogan “Dê flores, não beije”, numa alusão ao Dia Internacional da Mulher, no próximo dia 8 de março.
    O secretário de Estado da Saúde aconselhou os homens a não beijarem as mulheres a quem irão oferecer flores e um amuleto da sorte – o martisor – como é tradição no início da primavera.
    A Igreja Ortodoxa, que é a igreja maioritária na Roménia, autorizou os fiéis a não beijarem ícones nas Igrejas e a usarem uma “colher descartável durante a comunhão”. 
    Brasil
    O Ministério da Saúde do Brasil recomendou que os brasileiros não partilhassem os canudos de metal usados para beber o tradicional chimarrão, uma bebida muito popular na América do Sul.
    Também o beijo foi totalmente desaconselhado.
    Quirguistão
    O Ministério da Saúde do Quirguistão, maioritariamente dominado por muçulmanos, pediu na passada semana que a população não frequentasse as mesquitas durante as orações de sexta-feira, de forma a evitar “reuniões em massa”.
    “Ninguém vai proibir as orações de sexta-feira, mas acho que podem fazer isso em casa”, afirmou o ministro da Saúde Kosmosbek Tcholponbayev.  

    c/AFP