Ignorar tecnologia pode levar governos ao fracasso, diz prefeito de Aparecida em seminário da UFG
“Governos e empresas que não investirem em tecnologia estão fadados ao fracasso.” A afirmação é do prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha, que defendeu nesta quarta-feira (23) a digitalização de processos nas cidades como forma de facilitar o acesso dos cidadãos aos serviços prestados pelos municípios. A declaração do gestor foi dada durante uma videoconferência no II Seminário de Gestão Municipal, realizado pela Universidade Federal de Goiás (UFG).
Gustavo detalhou para os participantes o funcionamento do programa Cidade Inteligente, implementado em Aparecida pela atual gestão. A iniciativa, segundo o prefeito, busca aumentar a conectividade na cidade e expandir a integração entre os órgãos da administração, desburocratizando a prestação de serviços. A ideia é que o contribuinte consiga demandar a prefeitura e ter suas solicitações atendidas no menor tempo possível, usando a internet para requerer serviços do cotidiano, como marcação de consultas e acompanhamento da vida escolar dos filhos, por exemplo.
O prefeito de Aparecida informou que o programa Cidade Inteligente entrou em funcionamento depois da instalação, recentemente, de 726 quilômetros de cabo de fibra óptica e 650 câmeras de alta resolução, equipadas com tecnologia de reconhecimento facial e leitura de placas de carros. “É a cidade mais conectada do Brasil, em termos de fibra óptica per capita”, afirmou Gustavo Mendanha.
Ele citou ainda que, com o videomonitoramento feito com essas câmeras, somado a imagens de outras 2 mil câmeras já instaladas em prédios públicos da cidade, Aparecida deve alcançar uma redução de até 70% nos índices de criminalidade. E adiantou: “Nós vamos criar nossa secretaria municipal de Segurança Pública”. Os secretários Cleomar Rocha (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Einstein Paniago (Projetos e Captação de Recursos) também participaram do seminário virtual.
Desafios dos municípios
Além de Gustavo Mendanha, o webinar também teve entre os convidados a prefeita da cidade de Goiás, Selma Bastos. Os dois gestores públicos participaram do painel Inovação na gestão municipal: relatos e desafios, mediado pela professora doutora Estela Najberg. Gustavo e Selma concordaram, em relação aos desafios enfrentados pelos municípios, que a falta de linhas de crédito para financiar obras públicas por vezes dificulta a melhoria dos serviços prestados pelo poder público.
Selma Bastos narrou que um dos principais desafios de sua gestão em Goiás é equalizar a mesma qualidade dos serviços oferecidos no meio urbano e nas áreas rurais, onde moram 25% dos 24.727 habitantes locais. “Nós temos o dever e o compromisso de levar políticas públicas para as pessoas que moram também na área rural”, reforçou Selma.
No balanço que fez de sua administração, a prefeita da cidade de Goiás externou ainda que o município, apesar de ser reconhecido como patrimônio cultural da humanidade, enfrentava uma debandada de turistas nos últimos anos. Segundo ela, o gargalo tem sido superado após a restauração de seis importantes pontos de visitação da cidade. Selma contou que essas obras foram realizadas com um recurso de quase R$ 30 milhões, oriundo de repasse do governo federal para as cidades consideradas históricas.
O II Seminário de Gestão Municipal: Democracia, capacidade e gestão ocorreu nesta terça (22) e quarta-feira (23) com participação de prefeitos, professores universitários e técnicos de órgãos da União, como o IBGE e o Ipea.