Fieg mostra gargalos e soluções para modernização industrial
O Conselho Temático de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (CDTI) da Fieg realizou segunda-feira (19/10) o webinar Inovação na Prática: Os Caminhos para Modernização Industrial. O evento on-line, comemorativo ao Dia Nacional da Inovação, apresentou aos empresários goianos as soluções que o Sistema Fieg oferece às indústrias para fomento da cultura inovadora no setor produtivo. O encontro, mediado pela assessora executiva do CDTI Fieg, Alessandra Brito, contou com participação do diretor de Educação e Tecnologia do Sesi Senai Goiás, Claudemir José Bonatto; de Sérgio Motta, diretor executivo do Senai Cetiqt (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil), do Rio de Janeiro; do diretor de Tecnologia e Inovação do Senai BA, Leone Peter Andrade, e do gestor da RNV Resíduos, Nelson Siqueira Neto.
Durante duas horas, os participantes puderam conferir cases de gestão da inovação implantados por meio de serviços e consultorias prestadas pelo IEL Goiás e Senai Goiás, além do portfólio ofertado pela área técnica da Fieg, com foco no aumento da competitividade, inclusive para exportação de produtos made in Goiás.
“O Sistema Fieg oferece soluções inovadoras aos empresários e colaboradores do setor industrial. Possuímos expertise nas inovações incremental, radical e disruptiva”, explicou Alessandra Brito aos participantes do webinar. Segundo a assessora executiva do CDTI Fieg, recente pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que, para 29% das empresas, a importância de adotar práticas inovadoras ainda é apenas média e para outras, baixa ou muito baixa. Além disso, Goiás perdeu três posições no ranking de competitividade dos Estados de 2018 para 2019, saindo da 10ª para 13ª colocação, sendo que o pior resultado foi em inovação (23º lugar).

“Sabemos dos gargalos que precisam ser superados, que incluem políticas públicas coordenadas, qualificação, motivação do empresariado e acesso ao crédito e recursos financeiros para inovar”, observou Alessandra Brito, ao explicar que é dentro desse foco que o CDTI Fieg tem trabalhado com vários stakeholders e grupos de defesa para ampliar a mensagem e a agenda para mudanças em prol do desenvolvimento do setor industrial de Goiás.
O webinar foi acompanhado por mais de 50 empresários e contou com apresentações das gestoras Vilma Domingos (Procompi), Johanna Guevara (CIN Fieg) e Gracielle Guedes (IEL Goiás).
COOPERAÇÃO PARA INOVAR
Representado pelo diretor de Educação e Tecnologia, Claudemir José Bonatto, o Senai Goiás apresentou durante o webinar as recentes parcerias firmadas com os institutos de tecnologia Senai Cimatec, na Bahia, e Senai Cetiqt, no Rio de Janeiro, referências em pesquisa e inovação nas áreas de Engenharia e Automação e de Têxteis e Confecção, respectivamente.
“Hoje, o Senai de Goiás atua como hub nacional para desenvolver todas as competências necessárias às indústrias goianas. É um processo permanente de inovação, que passa pela nossa capacidade de entregar soluções para a indústria”, disse Bonatto, ao falar sobre as parcerias.
Na oportunidade, foi detalhada a iniciativa Open Innovation Senai GO, que amplia o portfólio de soluções transversais ao setor industrial. Nesse sentido, foram apresentados os serviços que passam a ser ofertados ao setor produtivo goiano.
De acordo com o diretor de Tecnologia e Inovação do Senai BA, Leone Peter Andrade, a parceria viabiliza inovação tanto em produtos quanto em processos, seja em automação, robótica, simulação ou modelagem industrial. “Com a parceria com os ISTs em Automação e Alimentos e Bebidas de Goiás buscamos integrar competências. O modelo atende desde pequenas às grandes empresas”, explica.
De olho em um dos eixos estratégicos da atual gestão da Fieg, e considerando a vocação que Goiás possui no setor, a parceria com o Senai Cetiqt busca impulsionar ainda mais o setor têxtil e de confecções no Estado. Dados apresentados no webinar pelo diretor executivo do Senai Cetiqt, Sérgio Motta, mostram a relevância do setor para a economia goiana.

“Hoje, Goiás é o 6º estado com maior número de empresas, com 3.264 estabelecimentos, gerando mais de 23 empregos no setor. São R$ 8,8 bilhões de faturamento por ano e R$ 145 milhões de investimentos em modernização e ampliação da capacidade produtiva”, disse.
Diante de tal cenário, Sérgio Motta alertou que o setor têxtil e de confecção passa por uma transformação, com desenvolvimento de novas competências, materiais e novos canais de produção e consumo, atuando de forma transversal e integrada com outras áreas, como mobilidade, construção civil, médica e agricultura. Assim, o Senai proporciona às indústrias a identificação e o desenvolvimento de novos produtos e a implementação de projetos de PD&I alinhados às tendências tecnológicas, criando novas matérias-primas e soluções em fibras, têxteis técnicos e inteligentes.
“O Senai ajuda as empresas do setor a entender os nichos do mercado e como ampliar sua atuação. É um farol para a indústria, apoiando no desenvolvimento de novas soluções e produtos”, afirmou.
RESÍDUOS SÓLIDOS
Case do IEL Goiás, a indústria de reciclagem RNV Resíduos foi atendida pelo instituto no âmbito da consultoria em Gestão da Inovação para Transformação Digital. Com dez anos de mercado, a empresa foi a primeira usina de reciclagem de resíduos de construção e demolição de Goiás.
Atualmente, a indústria é especialista em soluções e gerenciamento de resíduos sólidos de grandes geradores, tendo em seu portfólio de clientes construtoras, shoppings, mineradoras e grandes comércios, dentre outros, conforme explicou o gestor da empresa, engenheiro ambiental Nelson Siqueira Neto.
“Mas como continuar tendo o DNA da inovação? Esse foi o start do projeto com o IEL, que nos ajudou muito a organizar nossos processos”, disse sobre a consultoria para estruturar de forma sistemática as atividades de inovação e redefinir a estratégia da empresa, incorporando a tecnologia como aliada estratégica nos negócios. “Com a consultoria, conseguimos roteirizar nossos processos internos para melhor gestão organizacional”.

Segundo o engenheiro ambiental, essa foi a forma que a empresa encontrou para se reinventar e transformar os produtos e serviços para esse novo momento. Para tanto, foram implantadas ações estruturadas, com adoção de nova linha de produção, desenvolvimento de novos produtos resultantes dos rejeitos e criação de programa de cashback para compra de itens oriundos da reciclagem.
“O empreendedor é um sonhador e esse sonho precisa de dinheiro, legislação e tantas outras coisas, mas principalmente de alguém que acredite na gente”, afirmou Siqueira Neto, ao destacar a importância da consultoria do IEL Goiás para a virada nos negócios.
PORTFÓLIO FIEG
No âmbito do Programa de Apoio à Competitividade das Micro e Pequenas Indústrias (Procompi), a gestora Vilma Domingos detalhou aos empresários as ações de incentivo para elevar a competitividade das empresas industriais de menor porte, por meio do estímulo à cooperação entre elas, à organização do setor e ao desenvolvimento empresarial e territorial. Executado pela Fieg em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o Procompi já promoveu consultorias em gestão e produção para centenas de indústrias goianas, resultando em ganhos de produtividade e lucratividade, redução de custos e desenvolvimento de novos produtos.
Na área internacional, a gestora do Centro Internacional de Negócios (CIN) da Fieg, Johanna Guevara, listou o amplo portfólio de produtos e serviços ofertados às empresas que buscam conquistar o mercado internacional. Com programas dedicados aos pequenos negócios, o CIN Fieg promove cursos, consultoria e assessoria e soluções em inteligência comercial e internacionalização, além de ser a única instituição habilitada em Goiás para emissão do Certificado de Origem, documento que garante acesso preferencial ao mercado externo para determinados países.