• Sabatina Fieg: Bruno Felipe defende enxugamento de contas públicas para investimentos

    Publicado em 21.10.2020 às 17:06

    Depois de ouvir, até a semana passada, 11 dos 16 candidatos à Prefeitura de Goiânia, o Fieg Sabatina iniciou a maratona de entrevistas com os postulantes ao Executivo de Aparecida de Goiânia, um dos principais polos industriais do Estado, onde o Sistema Federação das Indústrias do Estado de Goiás mantém duas unidades integradas Sesi e Senai.

    Na segunda-feira (19/10), estreou o professor de História Bruno Felipe, do Psol, cuja participação foi transmitida ao vivo pela plataforma Zoom Cloud Meetings e pelo YouTube do Sistema Fieg. Ele tem como companheiro de chapa a vice o também professor Bené. Recepcionado, na Casa da Indústria, pela presidente do Conselho Temático Fieg Jovem, Thais Santos, o candidato a prefeito de Aparecida de Goiânia foi perguntado inicialmente sobre os planos de governo para continuar fomentando o desenvolvimento do município que mais cresce no Estado.


    Fotos: Alex Malheiros

    A empresária, dona da Toninho Gelato e Café, apontou o crescimento, sobretudo, entre 2010 e 2018 e destacou também o recorde de abertura de MEIs (microempreendedores individuais) durante a pandemia. Em resposta, Bruno Felipe atribuiu o crescimento da cidade à política de incentivos fiscais e instalação de indústrias. “Por uma sorte muito grande, o atual governo pegou Aparecida nessa fase que começou a crescer. Todo esse crescimento econômico, no entanto, fazendo um link com o momento que estamos vivendo, é preocupante, nós vamos precisar usar todo o mecanismo que for possível para criar emprego, manter empregos”, frisou.

    Citando bandeiras de seu partido, Psol, Bruno Felipe ponderou ainda: “Mas eu quero, como socialista que sou, que esses empregos revertam em melhorias de vida ao trabalhador. Quando se fala de emprego, eu quero dizer que esse emprego não seja precarizado. Eu me preocupo com o salário, as condições de trabalho, com o fato de o trabalhador ter que se locomover para chegar até o serviço”, destacou.

    Igualmente, defendeu a manutenção de direitos trabalhistas: “Eu quero, ao assumir a prefeitura, que possamos manter a trajetória de crescimento das vagas, sem abrir mão de direitos, sem abrir mão de um salário digno, ampliando a possibilidade do trabalhador, sobretudo que ele sinta que a dignidade, sim, tem muito a ver com o trabalho, e eu quero que esse trabalhador volte a sonhar com um futuro melhor”, afirmou.

    O candidato do Psol explicou que ele próprio “sentiu na pele o que a pandemia está fazendo com os empregos”, ao contar que foi demitido, já perdeu aulas e teve turmas fechadas. Acrescentou que é preciso dar apoio aos quem gera emprego. “Esse socorro precisa vir na forma de incentivo, de financiamento de bons projetos. É preciso que a gente se prepare para uma eventualidade, se for necessário, que o poder público socorra a iniciativa que produz, que possa fazer isso de maneira rápida, contínua”.

    “O poder público tem condições para fazer isso, não precisa dar dinheiro para os outros. Você pode aplicar linhas de financiamento, fomentos de diversos tipos, que geram empregos, para fazer isso sem precarizar o emprego do trabalhador. A gente não pode confundir escravidão com empreendedorismo”, criticou.

    Bruno Felipe mencionou que o primeiro ato ao assumir a prefeitura de Aparecida de Goiânia será analisar o orçamento, para saber onde os gastos estão sendo aplicados, e questionou a transparência do atual governo. “O orçamento, de fato, é um orçamento incrível, dado a curiosidade que a transparência não é como deveria ser”. Ele prometeu enxugar as contas públicas para direcionar recursos a investimentos em áreas que são prioritárias para o Psol, como educação, saúde e uma “radical democratização” da infraestrutura. “Para nós, infraestrutura é a construção de creches, zerando o déficit, saneamento básico e construção de asfalto. Mesmo com todo avanço, com todo orçamento, na periferia de Aparecida, nós ainda pisamos na poeira”, criticou.

    Ao defender a socialização da infraestrutura, o candidato explica que se trata de uma mudança de perspectiva. Para ele, as atuais administrações “privatizam os lucros e socializam os prejuízos. E com o Psol, isso será diferente.” 

    Bruno Felipe elogiou a estratégia de instalação de polos industriais, porém defendeu sua descentralização para outras regiões de Aparecida de Goiânia.

    Sobre uma possível parceria com Sesi e Senai, o candidato afirmou ter interesse em toda e qualquer parceria que possa somar esforços e disse que a sua gestão vai defender a arte, filosofia e história, visando à “formação de um cidadão completo”.

    OLHO NAS AGENDAS DO FIEG SABATINA

    GoiâniaAparecida de Goiânia
    DataCandidatosDataCandidato
    27/10Dra. Cristina (PL)26/10Márcia Caldas (Avante)
    28/10Adriana Accorsi (PT)(29/10)Gustavo Mendanha (MDB)
    30/10Maguito Vilela (MDB)  
    4/11Vanderlan Cardoso (PSD)  

    CANDIDATOS JÁ SABATINADOS 

    O programa de entrevistas da Fieg teve início com os candidatos a prefeito de Goiânia Hemanuelle Jacob (PSOL), ouvindo na sequência Fábio Júnior (UP), Elias Vaz (PSB), Gustavo Gayer (DC), Major Araújo (PSL), Alysson Lima (Solidariedade), Talles Barreto (PSDB), Virmondes Cruvinel (Cidadania), Cristiano Cunha (PV), Samuel Almeida (Pros) e Vinícius Gomes (PCO).