O diplomata Javier Peres-de-Cuellar, que por dez anos esteve à frente da Organização das Nações Unidas, morreu quarta-feira de causas naturais em sua residência no Peru. Ele tinha 100 anos de idade.

Em nota, o secretário-geral da ONU, António Guterres, definiu Peres-de-Cuellar como “um diplomata comprometido e uma inspiração pessoal, que deixou forte impacto nas Nações Unidas e no nosso mundo”.

Peres-de-Cuellar nasceu em 1920 em Lima, a capital do Peru. Participou da primeira assembleia-geral da ONU, em 1946, como membro da delegação peruana.

Depois de atuar como embaixador do Peru em diversas nações, tornou-se o quinto secretário-geral da Organização das Nações Unidas em 1982, no período da Guerra Fria.

Naquele ano, Peres-de-Cuellar viria ser o primeiro titular da ONU a visitar Hiroshima, onde conversou com sobreviventes da bomba atômica lançada sobre a cidade em 1945.

Também são atribuídos a ele esforços para revitalizar o organismo mundial depois do fim da Guerra Fria, em 1989.

António Guterres afirmou que, nos dois períodos em que esteve à frente das Nações Unidas, Peres-de-Cuellar desempenhou papel crucial na concretização de vários feitos diplomáticos — entre os quais a independência da Namíbia, o encerramento da Guerra entre o Irã e o Iraque, a libertação de reféns americanos mantidos em confinamento no Líbano, o acordo de paz no Camboja e os entendimentos para paz em El Salvador. (NHK, emissora pública do Japão)