Falta de insumos e aumento da demanda causam impacto na produção industrial goiana

Publicado em 2.12.2020 às 08:03

A Federação das Indústrias do Estado de Goiás divulgou segunda-feira (30/11) a sondagem Especial Insumos, Demanda e Investimento, com dados atualizados sobre o impacto da pandemia do coronavírus nas indústrias goianas. O estudo considerou a dificuldade na aquisição de insumos, de atendimento à demanda do mercado e a perspectiva para novos investimentos. A pesquisa foi realizada em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e ouviu 141 empresas de pequeno, médio e grande porte no mês de outubro.

De acordo com o levantamento, 36,7% das indústrias goianas sondadas estão com dificuldades para atender à demanda de seus clientes. Na comparação com setembro, houve aumento de 8,3 pontos porcentuais. Esse tem sido um dos principais reflexos da pandemia para a atividade industrial. “Com as paralisações nos meses de março e abril, houve queda nos estoques e a retomada da produção não tem sido no mesmo ritmo do aumento da demanda”, avalia o documento.

O estudo mostra também que 63,5% das empresas sondadas afirmam ter muita ou alguma dificuldade na hora de adquirir insumos, mesmo pagando mais caro pela matéria-prima. Em setembro, esse porcentual era de 54,5%. “Estratificando por porte, as médias empresas se mostraram as mais impactadas, com 76% delas acusando essa dificuldade”, afirma a Sondagem.

Mesmo diante das dificuldades, o empresário goiano segue confiante em uma melhora no curto prazo. Segundo o levantamento, 63,1% das indústrias acreditam que a oferta de insumos será normalizada ainda no 1º trimestre de 2021, enquanto 27,7% aguardam essa normalização no 2º trimestre do próximo ano. “Com isso, 38,7% esperam aumento na compra de matéria-prima para os próximos seis meses”, conclui a pesquisa.

A Sondagem Especial mostra ainda que a demanda por produtos deve se manter ou mesmo aumentar nos próximos seis meses para 90% das empresas. “Aliado ao aumento na confiança empresarial, que já se encontra nos patamares pré-pandemia, vislumbra-se uma retomada da atividade produtiva no próximo ano”, deduz a pesquisa.

Além disso, o estudo revela que 81,4% das empresas goianas já definiram os planos de investimento para o próximo ano, seja com novos projetos ou retomando projetos antigos, e 72,8% revelaram intenção de investir já nos próximos seis meses.

O dado confirma o que vem sendo apurado pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI). Em novembro, o indicador fechou em 61,6 pontos, apontando que tanto a percepção dos empresários para o atual momento quanto as perspectivas para os próximos seis meses seguem elevadas e disseminadas.