Chilenas fazem grande mobilização: 2 milhões nas ruas de Santiago
São Paulo – Entre 1,5 milhão e dois milhões de mulheres saíram às ruas da capital do Chile neste 8 de março. A concentração ocorreu na Praça Itália no centro de Santiago. As fotos com a multidão dominada pela presença de mulheres marcou o dia de protestos contra os ataques à democracia e aos direitos humanos, que também têm ocorrido no Chile governado por Sebastián Piñera, do partido de centro-direita Renovación Nacional.
A adesão neste domingo foi impulsionada pelos protestos que têm ocorrido nos últimos meses no país, contra a agenda neoliberal do governo que dizimou direitos, como vem ocorrendo no Brasil governado por Jair Bolsonaro (sem partido). Outro fator que reforçou a presença das mulheres nas ruas foi a violência policial ao reprimir as manifestações nos últimos quatro meses.
Os carabineros, como são conhecidos os policiais no Chile, protagonizaram cenas de violência desproporcional ao pacifismo da população nas ruas, e neste 8 de março eles foram também alvo de protestos.
O número de mulheres que protestaram hoje foi novo motivo de embate de dados entre a população e os policiais. Enquanto estimativas dos organizadores do movimento chegavam próximas a 2 milhões de pessoas, a polícia informou que eram apenas 110 mil.
O jornal chileno El Desconcierto informou que “centenas de comentários de usuários da rede social negam a estimativa da entidade (Twitter de Carabineros do Chile) liderada por Mario Rozas, que passou de 110 mil pessoas para 125 mil”.
Não houve dúvidas nas redes sociais que as imagens se contrastavam com a estimativa policial. O 8 de março no Chile se insere em um contexto de manifestações históricas no país, berço das experiências neoliberais mais radicais, que comprometeu as aposentadorias no país, entre outros ataques a direitos. Uma das vitórias dessa grande mobilização é a realização de um referendo para uma nova Constituição no país, já que a atual é herdada da ditadura Pinochet (1973-1990). (Rede Brasil Atual)