Congresso norte-americano certifica vitória de Joe Biden após invasão de apoiantes pró-Trump
A vitória de Joe Biden no Colégio Eleitoral foi certificada esta quinta-feira pelo Congresso norte-americano. A ratificação surge depois de manifestantes apoiantes de Donald Trump terem invadido o Capitólio, interrompendo os trabalhos dos congressistas durante várias horas. Pelo menos quatro pessoas morreram no protesto e há mais de 50 detidos. Após certificação do Congresso, o Presidente cessante prometeu uma “transição ordeira”, mas continuou a desacreditar o resultado eleitoral.O Congresso dos Estados Unidos ratificou esta quinta-feira a vitória de Joe Biden nas presidenciais. A sessão de confirmação tinha sido interrompida durante a tarde, após a invasão violenta do Capitólio por apoiantes de Donald Trump, que participavam numa manifestação em Washington. Morreram pelo menos quatro pessoas e outras 52 foram detidas.
A sessão de confirmação terminou já na quinta-feira, pouco depois das 3h40 locais (8h40 em Portugal Continental).
Nas últimas horas, ainda antes da aprovação dos votos eleitorais, os congressistas rejeitaram duas tentativas de objeção aos resultados de novembro, apresentadas por representantes republicanos do Arizona e da Pensilvânia. As moções não reuniram votos suficientes por parte de outros Estados para serem discutidas.
A primeira – e até agora, única – reação de Donald Trump surgiu no Twitter de Dan Scavino, diretor de redes sociais do Presidente norte-americano, em que desacredita, de novo, o resultado eleitoral:
“Embora discorde totalmente do resultado da eleição e os factos me deem razão, ainda assim haverá uma transição ordeira a 20 de janeiro. Sempre disse que continuaríamos a nossa luta para garantir que apenas votos legais seriam contados. Embora isto represente o fim do melhor primeiro mandato na história da presidência, é apenas o princípio da nossa luta por Tornar a América Grande outra vez”, refere no comunicado.
O protesto violento que interrompeu a sessão durante várias horas abalou o coração da democracia norte-americana e foi entretanto condenado mesmo entre os congressistas mais conservadores.
Tom Cotton, senador pelo Arkansas próximo de Trump, condenou o protesto: “Já é hora de o Presidente aceitar os resultados da eleição, parar de enganar o povo norte-americano e repudiar esta violência”, afirmou.
Mesmo no círculo próximo do Presidente cessante, Stephanie Grishman, chefe de gabinete da primeira-dama, Melania Trump, e a vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Matthews, já renunciaram aos respetivos cargos em protesto.
A reação foi publicada por terceiros uma vez que as contas de redes sociais do Presidente cessante foram bloqueadas, numa decisão sem precedentes com o objetivo de evitar a “disseminação de informação” e “incitação à violência”. Facebook, Twitter, Instagram e Youtube removeram conteúdos publicados por Donald Trump.
A certificação da vitória de Joe Biden acontece no rescaldo da segunda volta das eleições da Geórgia para o Senado, eleição em que os democratas arrecadaram duas vitórias históricas.
Pela primeira vez em 20 anos, o Partido Democrático consegue eleger não um, mas dois senadores por aquele Estado, feito que lhes permite retirar ao Partido Republicano o controlo da câmara alta do Congresso norte-americano, para além da maioria democrata já garantida na Câmara dos Representantes. (RTP, emissora pública de Portugal)