Bolsonaro muda discurso e passa a defender vacinas
O presidente Jair Bolsonaro mudou hoje o tom do seu discurso sobre a pandemia, que colocava em causa a eficácia das vacinas contra a covid-19, e passou a defender que a vacinação em massa fará com que a “economia não deixe de funcionar”.
“Já somos o sexto país que mais vacinou no mundo. Brevemente estaremos nos primeiros lugares, para dar mais conforto à população, segurança a todos e de modo que a nossa economia não deixe de funcionar”, disse Bolsonaro num evento virtual promovido pelo banco Credit Suisse.
O chefe de Estado brasileiro, que é um dos líderes mais céticos do mundo em relação a covid-19, contradisse afirmações suas anteriores ao alegar que sempre defendeu a compra de “qualquer vacina, uma vez aprovada pela Anvisa” [Agência Nacional de Vigilância Sanitária].
Em novembro passado, Bolsonaro afirmou publicamente que não compraria doses da CoronaVac, vacina desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, alegando que o imunizante – “vacina chinesa” – não tinha comprovação científica de eficácia aprovada pela Anvisa e, mesmo se tivesse, não interessava ao Governo brasileiro.
Os estudos sobre este medicamento no Brasil foram patrocinados por um rival político de Bolsonaro, o governador de São Paulo, João Doria.
A CoronaVac foi testada pelo Instituto Butantan, órgão de investigação científica ligado ao governo regional de São Paulo, e está a ser usada para imunizar a população depois de o Ministério da Saúde ter anunciado que compraria 46 milhões de doses do medicamento já negociadas pelo Butantan junto da Sinovac e parte da produção local do medicamento, que deverá começar de facto em outubro com a inalguração de uma nova fábrica e a atribuição da patente detida pelo laboratório chinês. (RTP, emissora pública de Portugal )