Coronavírus: Brasil amplia monitoramento com testagem de síndromes gripais
O Brasil ampliou o nível de monitoramento da epidemia de coronavírus por de testagem laboratorial. A partir de agora, todos os pacientes que derem entrada em unidades de saúde (postos de saúde, UPAs, hospitais) com quadro gripal (leve ou grave), e que estão internados, independentemente do histórico de viagem dessas pessoas ao exterior, farão o teste.
A medida vale para amostras com resultado negativo para outros vírus gripais em cidades com casos confirmados da doença. Dessa forma, o Ministério da Saúde amplia a identificação dos casos de coronavírus e reforça o monitoramento da circulação da doença no Brasil. Assim, a pasta também adota a terceira definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) de caso suspeito de coronavírus.
A definição da OMS para que sejam testados pacientes internados com casos graves tem o objetivo de identificar uma eventual transmissão comunitária, que ocorre quando não é possível rastrear a origem da infecção. “Pode ser que possamos identificar a transmissão comunitária do vírus no Brasil, como o Canadá já fez. Por isso, aumentamos a sensibilidade da vigilância na busca por uma suposta transmissão comunitária do coronavírus, o que nos permitirá organizar melhor e mais rápido o nosso sistema operacional”, disse o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo.
com gripe leve, ou seja, Síndrome Gripal (SG), atendidos nas Redes Sentinela, presentes em postos de saúde, Policlínicas e hospitais. A prioridade também será para as cidades com casos já confirmados da doença. Nessas unidades de saúde, os quadros gripais já são regularmente testados por amostragem para diversos vírus, e agora também serão testadas para coronavírus.
“Com essas medidas, podemos identificar alguns casos de coronavírus que poderiam passar despercebidos pela nossa vigilância. As testagens serão realizadas tanto na rede pública de saúde como na privada, que deverá seguir o protocolo do Ministério da Saúde”, disse o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira.
O protocolo vai abranger amostras coletadas nas 114 Redes Sentinela distribuídas em todas as regiões do País a partir de 1º de março deste ano, de forma retroativa. O objetivo é identificar os vírus respiratórios circulantes, monitorar o atendimento dos casos hospitalizados e os óbitos para subsidiar decisões e novos posicionamentos do Ministério da Saúde e das secretarias estaduais e municipais de Saúde.
A coleta da amostra vai servir também para compreender o perfil viral do coronavírus. Isso permite saber a sazonalidade de maior circulação do vírus, a transmissibilidade e comportamento no Brasil, possibilitando uma melhor organização do sistema de saúde nacional. “Esse será o grande legado que o coronavírus deixará para o sistema de saúde brasileiro, como ocorreu com a pandemia de influenza A H1N1, em 2009, que proporcionou ao mundo o desenvolvimento de vacina e medicamentos utilizados atualmente para o enfrentamento da doença”, destacou o secretário Wanderson.
Balanço de casos
Até essa segunda-feira (9), o Brasil tinha 25 casos confirmados da doença, sendo 4 por transmissão local e 21 casos importados. São monitorados 930 casos suspeitos e outros 685 já foram descartados. Os dados foram repassados pelas Secretarias Estaduais de Saúde.
Dos 25 casos confirmados de coronavírus no país, 16 estão em São Paulo, três no Rio de Janeiro, dois na Bahia, um em Alagoas, um no Espírito Santo, um em Minas Gerais e um no Distrito Federal.
Com informações do Ministério da Saúde.