• MP-GO realiza inspeção para verificar fluxo da vacinação de idosos em Goiânia

    Publicado em 11.02.2021 às 22:04

    O Ministério Público de Goiás (MP-GO), por intermédio da 87ª Promotoria de Justiça de Goiânia, realizou, na tarde desta quinta-feira (11/2), inspeção para verificar o fluxo de vacinação de idosos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) em Goiânia. De acordo com a promotora de Justiça Marlene Nunes Freitas Bueno, foi detectado que estão sendo seguidos critérios rigorosos, desde a chegada dos imunizantes até o retorno do material para a secretaria. Esta é a segunda inspeção realizada pelo MP-GO – na semana passada foram realizadas visitas técnicas em outros pontos de vacinação que atenderam profissionais da saúde.

    A promotora de Justiça observou que, na diligência, foi possível verificar que há quantificação dos frascos com a vacina logo na chegada e que, ao término da aplicação de seu conteúdo (cada unidade possibilita a aplicação de dez doses), o frasco é devolvido à SMS juntamente com a ficha de cada um dos vacinados. Também são seguidos procedimentos operacionais padrão, que preveem a divisão de tarefas entre os profissionais no processo de aplicação das vacinas (um para aspirar o líquido e outro para aplicar a dose) e os cuidados para manutenção do resfriamento das unidades de vacina.

    Coletiva

    No início da tarde, Marlene Nunes Freitas Bueno informou, durante entrevista coletiva à imprensa realizada virtualmente, que foi aberto procedimento de investigação para apurar a conduta da trabalhadora da saúde que não aplicou devidamente a vacina em uma idosa em Goiânia. Conforme vídeo que circula nas redes sociais, a enfermeira, apesar de ter introduzido a agulha na mulher, não injetou o líquido que estava na seringa. Essa investigação correrá em sigilo, decretado pela promotora de Justiça.

    As imagens do vídeo mostram a profissional de saúde introduzindo a agulha da seringa no braço da mulher. No entanto, ela não injeta o líquido, o que ocorre somente depois da reclamação da filha da idosa, que gravava a cena no momento. De acordo com a promotora, foi requisitado, na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o afastamento da profissional, para que “fosse criado ambiente de maior tranquilidade”, o que foi atendido.

    O MP-GO requisitou os dados sobre a idosa e pediu à SMS que apresente manifestação sobre a situação mostrada no vídeo. Na sequência, serão ouvidas as pessoas envolvidas – a filha da mulher, a profissional, a Superintendência da SMS e a coordenadora dos trabalhos no local da vacinação. Marlene Nunes Freitas Bueno informou que quer verificar se há fluxos definidos e organizados de movimentação das vacinas, incluindo o controle de quantitativo.

    A promotora de Justiça explicou ainda que será designada perícia técnica nas imagens, para que seja determinado, por profissionais da saúde, pela descrição da circunstância registrada no vídeo, se a sequência da conduta da profissional é a correta. “Queremos verificar se, na prática da enfermagem, há registros de outras situações desta natureza”, afirmou Marlene Nunes Freitas Bueno. A intenção da medida é ver a possibilidade de indicar se houve intenção de burlar a vacinação ou se o fato foi consequência de situação de estresse provocado por outros fatores.

    Questionada sobre a possibilidade de a conduta da profissional ser criminosa, Marlene Nunes Freitas Bueno foi categórica ao afirmar que é precipitado fazer juízo de valor, pois a investigação ainda está no início. No entanto, segundo ela, caso seja detectada a existência de situação criminosa, todas as providências legais serão tomadas. (Texto: João Carlos de Faria/Fotos; João Sérgio – Assessoria de Comunicação Social do MP-GO)