Efeitos do Zika Vírus são discutidos em audiência pública do Senado Federal

Publicado em 11.03.2020 às 17:58

Em audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira (11), no Senado Federal, em Brasília, um grupo de docentes debateram os efeitos do Zika Vírus em cérebros adultos e a ocorrência de demência em pessoas com até 60 anos. 

O requerimento da audiência foi apresentado pelo senador Luiz do Carmo, que após divulgação de estudos da Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, considerou importante dar atenção ao tema, que aponta a ação do Zika Vírus também em cérebros adultos, até então desconhecido pelo mundo científico.

Durante a abertura, Luiz do Carmo destacou que a medida não busca apenas informar sobre a nova descoberta dos pesquisadores, mas também encontrar medidas para enfrentar o Zika Vírus e incentivar novos estudos no Brasil. 

Segundo a representante do Ministério da Saúde, a pesquisadora do Instituto Evandro Chagas, Raimunda Azevedo, o universo do Zika Vírus tem muito a ser estudado, mas já existem estudos comprovando que 30% dos casos de doenças neurológicas causadas por vírus foram provocadas por algum arbovírus, termo atribuído a qualquer tipo de vírus transmitido por artrópodes, como é o caso do Zika. 

A coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Cláudia Figueiredo, destacou a importância do financiamento à pesquisa: “Chegou um problema no laboratório, que era o problema da Zika, que os cientistas precisavam resolver, e os laboratórios tinham gente, equipamentos, bolsa, pessoal, estávamos completamente equipados, prontos para qualquer problema. O Brasil deu exemplo muito importante. Então é uma importância extrema para população financiar a ciência”, comentou.

Em relação ao Zika Vírus, a Neurocientista e Pesquisadora da Universidade do Rio de Janeiro, Fernanda Aragão, disse que apenas 1% das pessoas infectadas apresentaram problemas neurológicos, mas a inflamação das cédulas infectadas do cérebro causou danos na memória. “Sabemos que o vírus não é inofensivo para adultos, agora precisamos saber se estes cérebros infectados podem contribuir para problemas degenerativos. Precisamos conhecer esses fatores de risco”, disse Fernanda.

Para o professor da Universidade Federal de Goiás, Leonardo Caixeta, no Brasil falta sensibilidade para detecção de casos raros.

Ao encerrar a sessão, senador Luiz do Carmo ressaltou a importância do tema e disse que o Governo deve achar uma saída para apoiar novos estudos.