• Em Berlim, Lula pede povo nas ruas pelos interesses do Brasil

    Publicado em 12.03.2020 às 10:12

    São Paulo – A defesa, nas ruas, da democracia e dos direitos cada vez mais ameaçados no governo de Jair Bolsonaro (sem partido) foi defendida com ênfase pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em palestra nesta quarta-feira (11), em Berlim, Alemanha.

    “A democracia é uma sociedade em movimento, a busca de conquistar mais direitos para a sociedade. Ou nós vamos para as ruas e exigimos que esse governo respeite os direitos da sociedade ou vamos para a rua exigir que se cumpra compromissos com educação, ciência e tecnologia. Por que ele agora está convocando um ato em seu apoio. E todo mundo sabe a quantidade de milicianos que ele organiza em todo o Brasil”, disse Lula. 

    O ex-presidente criticou duramente Bolsonaro, especialmente sua política econômica, e alertou a todos para “dias difíceis no país” porque a economia o o PIB não crescem. “Em vez de explicar a situação para a população contrata um humorista. Seria mais digno dizer para o povo porque não cresceu e que não vai crescer enquanto eles não falarem a palavra desenvolvimento, geração de renda em vez de ficar falando em ajuste fiscal, corte e mais ainda, falar em vender patrimônio público”.

    China e coronavírus

    Ele lembrou que na crise de 2008, que chamou de marolinha, foi uma oportunidade para “consertar o país”. “Em 2010, o Brasil já voltou a crescer 7,5%. Se essa gente que está governando o Brasil quiser resolver o problema, só tem um jeito – e não adianta jogar a culpa em cima da China, no coronavírus. O Brasil é um pais grande, tem 210 milhões de habitantes, mercado consumidor extraordinário. Se a gente quiser recuperar a economia, deixe de olhar para a China. O governo que faça os investimentos que eu fiz. Na época pus 100 bilhões para financiar a economia, com crédito para as pessoas investirem. Senão, o Brasil não vai se recuperar tão cedo”. 

    Lula não poupou Bolsonaro de possível relação com o recente motim de policiais no Ceará e até com o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes. “Todo mundo desconfia de quem matou Marielle e pode ser que lá em cima tenha gente que saiba. Menos o povo. Então, minha gente, não tem outro jeito senão lutar. Se a gente esperar alguém conquistar democracia pra gente, a liberdade que a gente quer, não vai acontecer. Então temos de ir para as ruas defender os interesses do povo brasileiro”.

    “Então, se eles não sabem cuidar do país, lamentavelmente é uma lição triste que o povo vai ter de aprender com essa gente que está lá. Política industrial, desenvolvimento econômico e a palavra financiamento: sem essas coisas não há economia que cresça nesse país, e nosso Brasil está precisando ser mais igual, está precisando de mais democracia”.  (Rede Brasil Atual)