• Covid-19: OMS declarou a pandemia há um ano

    Publicado em 11.03.2021 às 07:23

    O vírus já se tinha espalhado. Em Portugal já existiam casos. Mas só a 11 de março de 2020 é que a Organização Mundial da Saúde declarou a pandemia. Praticamente três meses depois de ter sido anunciado o primeiro caso em Wuhan, na China. Tinham morrido pouco mais de quatro mil pessoas. Um ano depois, a Covid-19 tirou a vida a mais de dois milhões e 600 mil.Era uma quarta-feira. 11 de março de 2020. Tedros Adhanom Ghebreyesus, Diretor-geral da OMS, declarava que o que até então era considerada uma epidemia, tinha a força de pandemia. 
    Dizia ele, como justificação para essa declaração, que os casos fora da China tinham-se “multiplicado por 13”. O número do azar, diriam alguns.
    Ghebreysus afirmava que cabia a cada um dos países “mudar o curso desta pandemia se detectarem (casos), testarem, tratarem, isolarem, rastrearem e mobilizarem as pessoas na resposta”, afirmava o diretor-geral da OMS. “Estamos nisto juntos e precisamos de fazer com calma aquilo que é necessário”. Mas também já alertava para a necessidade de uma resposta mais agressiva.
    Na mesma altura, o responsável da OMS para situações de emergência, Mike Ryan, sublinhava que a utilização da palavra “pandemia” era meramente descritiva da situação e não alterava, “em nada, aquilo” que já estava a ser feito, “nem aquilo que os países deveriam fazer”.
    Neste dia, já a OMS alertava para “os níveis alarmantes de propagação e gravidade do vírus”, mas também para os “níveis alarmantes de inação”. Talvez aquele sentimento que todos os países terão tido de que isto seria algo rápido e passageiro. Não foi, sabemos agora.

    Dois países em particular preocupavam a OMS neste dia. O Irão e a Itália. O número de mortes crescia de forma assustadora. Mas Mike Ryan avisava: “Outros países estarão muito em breve nessa situação”. Confirmou-se.
    O novo coronavírus, que começou na China, alastrava pelo mundo inteiro. Quebrou pessoas, quebrou hospitais, quebrou muitas vezes a solidariedade e quebrou a economia. Paralisou a indústria, impediu aviões de levantar voo, fechou escolas e adiou ou cancelou eventos desportivos e espetáculos. Mudou toda a nossa vida.
    Nesta altura, avançava a OMS, tinham sido detetados mais de 124 mil casos em 121 países. Pelos menos 4.291 pessoas tinham morrido por causa da Covid-19 até 11 de março de 2021. 
    Números que iam continuar a subir, alertava Tedros Adhanom Ghebreyesus.
    Os últimos dados, neste 11 de março de 2021, precisamente um ano depois destas declarações do Diretor-geral da OMS, indicam quase 120 milhões de pessoas já foram infetadas com o vírus. E morreram mais de dois milhões e 600 mil.O mundo nunca mais será o mesmo depois desta pandemia de Covid-19. (RTP, emissora pública de Portugal)