• Governo promove ‘guerra ideológica e cultural’ aberta na área da educação, diz presidente da UNE

    Publicado em 12.03.2020 às 23:12

    São Paulo –  O presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Iago Montalvão, é o convidado desta quinta-feira (12) do programa Entre Vistas, da TVT. O apresentador Juca Kfouri debate, a partir das 22h, temas relacionados à educação, conjuntura política, além de atos em defesa do setor, convocados para a próxima quarta-feira (18).

    “Trabalhadores estão com um alto índice de desemprego, o que prejudica a mobilização. A juventude sempre foi a frente. Nós estamos mobilizando estudantes neste chamado março de lutas”, disse. Juca lembrou a entrevista da semana passada, com o líder do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST), João Pedro Stédile. “O momento agora é das cidades. O campo está esvaziado.”

    Montalvão afirmou que a batalha, além da defesa da educação frente a um desmonte aliado à incompetência do titular da pasta, Abraham Weintraub, também é contra as medidas do governo Jair Bolsnaro. “Nosso ponto central é do ponto de vista da democracia, do assassinato da população negra, do assassinato da Marielle, que ainda não tem respostas. Todas as pautas da democracia e dos trabalhadores estão conosco.”

    No domingo (15), o presidente está convocando atos para promover ataques contra instituições democráticas, como o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso. Dia 18 também serve como um contraponto. “Não como uma resposta, mas uma defesa da democracia para reafirmar que não queremos ditadura”, disse.

    Inimigo do bolsonarismo

    Desde o início do governo, o bolsonarismo escolheu a educação como um dos principais alvos para ataques. Além de ataques diretos com a precarização de instituições, o governo despreza e desdenha de professores e universidades. “Medidas do governo demonstram que universidades públicas, fortalezas da democracia, têm sido agentes que impedem o avanço do desmonte da democracia do Bolsonaro”, disse.

    “Bolsonaro, percebendo a importância das universidades públicas na resistência democrática, tentou impor controle. Assim como medidas para enfraquecer o movimento estudantil, ele editou medidas para enfraquecer a democracia nas universidades, que são espaços mais avançados do ponto de vista de debate de ideias, que faz com que ideias conservadoras tenham algum tipo de impedimento”, disse.

    Trata-se de uma “guerra ideológica e cultural” aberta. Mesmo mínimas ações do governo na pasta, como o projeto “Conta pra Mim”, que estimula a contação de histórias, tem problemas, argumenta Montalvão. “Esse projeto deles destrói a educação, o segundo maior orçamento de propaganda está nesse projeto que estimula pais e mães a contarem histórias. É uma guerra ideológica. Você está dizendo que quem educa é a família. Nós temos que fazer o embate ideológico muito mais pela via da pedagogia e da ciência.    (Rede Brasil Atual)