Coronavírus leva Academia Brasileira de Letras a suspender atividades
A Academia Brasileira de Letras (ABL) suspendeu suas atividades por tempo indeterminado, diante do agravamento da epidemia de coronavírus no estado do Rio.
“Não podemos colocar em risco os acadêmicos, o nosso corpo funcional e tampouco o público que frequenta os nossos programas”, disse hoje (12) à Agência Brasil o presidente da ABL, professor e poeta Marco Lucchesi.
Lucchesi informou que a inteligência da academia está monitorando a situação provocada no país pelo coronavírus e ouvindo a Organização Mundial da Saúde, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), do Ministério da Saúde.
“É melhor pecar por excesso do que por displicência. Nós estamos muito comprometidos com a responsabilidade, não só do ponto de vista interno, de salvaguardar a saúde do nosso corpo de acadêmicos, funcionários e frequentadores, mas também do ponto de vista externo, [em que] a academia dá um sinal importante, equilibrado, sem desespero ou pânico, de que é preciso tomar as decisões importantes. Nós temos esperança de que as autoridades sanitárias cumpramo seu papel e sua responsabilidade. Esperamos muito”, afirmou o presidete da ABL.
Fiocruz
Em reunião plenária realizada nesta quinta-feira, os acadêmicos da ABL ouviram palestra da pneumonologista Margareth Dalcomo, pesquisadora da Fiocruz e integrante da Comissão Extraordinária da OMS, que está trabalhando para atenuar e evitar o crescimento da endemia. “Ela nos deu informações importantes, protocolos estratégicos, o que devemos fazer”, disse Lucchesi.
A princípio, o novo coronavírus (Covid-19) afeta, especialmente, pessoas de mais idade, mas também hipertensos e doentes coronarianos.
Com base na palestra de Margareth Dalcomo, o presidente da ABL decidiu antecipar para hoje as medidas que já vinham sendo estudadas pela academia para serem tomadas mais adiante. Foi montada uma superestrutura. “Não é simples parar a academia por tempo indeterminado. Foi decisão da diretoria e dos próprios acadêmicos que, por unanimidade, estão convencidos de que não havia outra maneira a não ser interromper as atividades”, acrescentou o professor.
Lucchesi mostrou-se preocupado com o quadro previsto para o Rio de Janeiro, porque, segundo suas informações, a cidade não terá estrutura suficiente para responder e absorver o impacto de uma possível expansão da doença. “Então, não vamos esperar o momento em que digam que é para a gente fechar. Nós nos antecipamos, inclusive porque temos um grupo de risco importante na casa”, disse o presidente da ABL.
A academia vai funcionar remotamente, adotando o sistema de home-office (trabalho em casa) e mantendo em suas instalações um quadro reduzido de funcionários cuja presença seja imprescindível, e com medidas de segurança intensas. (Agência Brasil)