Movimentos adiam atos de rua no dia 18. Greve na educação é mantida
São Paulo – Entidades que representam estudantes e trabalhadores decidiram adiar as manifestações de rua da próxima quarta-feira (18), em defesa da educação, direitos, democracia e emprego. A decisão de suspender os atos do dia 18 se deu por conta do avanço da contaminação do coronavírus (Covid-19) no país.
Protestos e paralisações, no entanto, estão mantidas, como é o caso da categoria dos servidores da cidade de São Paulo. Os trabalhadores na educação também mantêm a greve nacional já decretada.
“Acreditamos que esse é um momento de responsabilidade com a saúde do povo brasileiro e por isso em conjunto com outros movimentos, decidimos pelo adiamento dos atos do dia 18 nas ruas, evitando o fomento de grandes aglomerações, conforme orientações da OMS e Ministério da Saúde”, informou a União Nacional dos Estudantes (UNE) em sua conta no Instagram.
Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira (13), a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) informa que as 53 entidades filiadas e outras, inclusive, aderiram à greve marcada para quarta-feira. Falta ainda decidir sobre manifestações e atos públicos agendados para o mesmo dia.
“É uma preocupação imensa com a saúde das pessoas e por isso vamos avaliar o tipo de manifestação que poderemos fazer com essa pandemia. Vamos informar nossa decisão até segunda-feira (16)”, afirmou o presidente da CNTE, Heleno Araujo. Confira aqui a íntegra da nota da confederação.
“Neste momento delicado do País, entendemos que é necessário fazermos todos os esforços para evitar o agravamento da pandemia que está em curso. Isso exigirá um comportamento adequado de todos os atores políticos, principalmente do Judiciário, do Executivo e do Legislativo federal que deverão suspender a agenda de reformas neoliberais para concentrar todas as suas energias para encontrar meios que tenha a saúde do povo brasileiro como prioridade máxima”, afirmou a Frente Brasil Popular, defendendo a suspensão dos atos do dia 18.
Algumas centrais sindicais já tinham se manifestado pela suspensão das manifestações de rua. Em nota divulgada nesta sexta-feira (13), a CUT também orienta seus sindicatos filiados a manter paralisações e a não realizar atos com multidões.
A central também exige mais recursos para o SUS, a suspensão do congelamento dos gastos públicos, reivindica a vacinação antecipada dos trabalhadores contra a gripe e a criação de comitês bipartites de crise para o acompanhamento da pandemia, visando a reduzir a propagação da doença nos locais de trabalho.
A executiva da CUT reivindica ainda medidas de geração de emprego e renda e a suspensão da votação de projetos que prejudicam a classe trabalhadora como a Medida Provisória (MP) 905, do chamado “contrato verde e amarelo”, que está para ser votada em comissão mista no Congresso.
Servidores de São Paulo
“A diretoria do Sindsep, em consonância com o posicionamento da CUT, vem informar a suspensão dos atos previstos para acontecerem na Praça do Patriarca, em frente à Prefeitura e na Av. Paulista no dia 18 de março, uma vez que a orientação dos especialistas, diante do crescimento dos casos de coronavírus no Brasil, é a de não participar de grandes aglomerações”, informou em nota o Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública e Autarquias no Município de São Paulo(Sindsep).
“Mantemos o dia 18 como dia de greve e atividades nas regiões na parte da manhã em algumas unidades para denunciar os desmontes nos serviços públicos promovidos por Bruno Covas e Bolsonaro”, afirmou ainda o Sindsep. “Nesta greve denunciaremos os cortes na saúde e a falta de orientações adequadas para a população e para os servidores públicos, em especial aqueles que trabalham em condições de risco de contaminação (saúde, setores de atendimento à população).” (Rede Brasil Atual)