Ex-secretário confirma que Brasil ignorou carta da Pfizer sobre vacinas

Publicado em 12.05.2021 às 19:45

O ex-secretário de Comunicação da Presidência do Brasil, Fábio Wajngarten, disse hoje à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a pandemia que o governo ignorou por dois meses contatos da Pfizer sobre venda de vacinas contra a covid-19.

Em depoimento à investigação parlamentar à resposta do governo brasileiro à crise sanitária, Wajngarten afirmou que uma carta enviada pela farmacêutica a oferecer vacinas, em 12 de setembro de 2020, ao presidente Jair Bolsonaro e ao Ministério da Saúde e outros membros do governo, não recebeu resposta até 9 de novembro, quando tomou conhecimento do documento.

“A carta foi enviada dia 12 de setembro. O dono de um veículo de comunicação [social] me avisa em 9 de novembro que a carta não foi respondida. Nesse momento, envio um ‘email’ ao presidente da Pfizer. Quinze minutos depois, o presidente da Pfizer no Brasil – eu liguei para Nova Iorque -, me responde. Ele me disse: Fábio, obrigado pelo seu contato”, relatou Wajngarten.

Parlamentares da oposição avaliam que Bolsonaro dificultou a aquisição de vacinas contra a covid-19, nomeadamente da Sinovac e da Pfizer, por defender a tese da chamada imunidade de grupo.

Jair Bolsonaro chegou a insinuar que o imunizante da Pfizer poderia transformar as pessoas em “jacaré” numa conversa com apoiantes antes de o Governo brasileiro decidir comprar a vacina.(RTP, emissora pública de Portugal)