• Anúncio de Bolsonaro sobre vacinas veio com “atraso fatal e doloroso”, afirma CPI em nota

    Publicado em 3.06.2021 às 06:14

    O comando da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia soltou nota oficial na noite desta quarta-feira (2) após o pronunciamento do presidente da República, Jair Bolsonaro. Ele afirmou em rede nacional de rádio e televisão que todos os brasileiros que desejarem serão vacinados até o fim do ano contra a covid-19. Para vários integrantes da CPI, o anúncio veio com “atraso fatal e doloroso”.

    Veja a íntegra da nota:

    NOTA PÚBLICA

    A inflexão do Presidente da República celebrando vacinas contra a Covid-19 vem com um atraso fatal e doloroso. O Brasil esperava esse tom em 24 de março de 2020, quando inaugurou-se o negacionismo minimizando a doença, qualificando-a de ‘gripezinha’. Um atraso de 432 dias e a morte de quase 470 mil brasileiros, desumano e indefensável.

    A fala deveria ser materializada na aceitação das vacinas do Butantan e da Pfizer no meio do ano passado, quando o governo deixou de comprar 130 milhões de doses, suficientes para metade da população brasileira. Optou-se por desqualificar vacinas, sabotar a ciência, estimular aglomerações, conspirar contra o isolamento e prescrever medicamentos ineficazes para a Covid-19.

    A reação é consequência do trabalho desta CPI e da pressão da sociedade brasileira que ocupou as ruas contra o obscurantismo. Embora sinalize com recuo no negacionismo, esse reposicionamento vem tarde demais. A CPI volta a lamentar a perda de tantas vidas e dores que poderiam ter sido evitadas.

    Omar Aziz- Presidente CPI
    Randolfe Rodrigues – Vice Presidente CPI
    Renan Calheiros – Relator

    Em apoio
    membros efetivos:

    Tasso Jereissati
    Otto Alencar
    Humberto Costa
    Eduardo Braga

    Suplentes:

    Alessandro Vieira
    Rogério Carvalho

    Fonte: Agência Senado