• Governo de SP analisa outras 4 mortes sob suspeita de coronavírus

    Publicado em 17.03.2020 às 16:22

    O governo de São Paulo confirmou que o estado registrou a primeira morte em decorrência do coronavírus no país. A informação foi dada pelo secretário de Estado da Saúde, José Henrique Germann, e o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, David Uip, durante coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira (17).
     
    A primeira vítima foi um homem de 62 anos, com diabetes e doença cardíaca. O paciente sentiu os primeiros sintomas no dia 10 de março, foi internado no dia 14 e morreu no dia 16, em um hospital privado. A transmissão foi confirmada como comunitária, ou seja, quando não é possível identificar trajetória da infecção.

    Além desta primeira vítima, há outros quatro óbitos registrados na mesma rede de hospitais privados que estão em análise, sob suspeita de coronavírus.

    Ainda segundo a Secretaria e o Centro de Contingência, a letalidade estimada para o novo coronavírus é de cerca de 3,4%. O estado de São Paulo tem 152 casos confirmados da doença até esta segunda-feira (17), com outros 1.777 casos suspeitos. A comitiva afirma que cerca de 5% dos casos confirmados são estimados graves. 

    “Uma coisa é lamentar o óbito, mas ele não deve tornar pânico na população. A contingência da doença, infelizmente, implica em ter perdas. Infelizmente se enquadra naquilo que já sabíamos”, afirmou Uip.

    O coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo apontou  também que o governo ainda não tem um fluxo consistente de dados dos hospitais privados, o que dificulta o controle do governo sobre o estado dos pacientes internados com o vírus. “Nós só sabemos quando somos notificados”, afirma.

    Testes

    O número de infectados pode ser ainda maior uma vez que o governo não está fazendo mais testes com pessoas com sintomas leves da doença e está direcionando para o tratamento em casa, apenas casos graves são testados devido a um baixo número de centros de diagnósticos.

    “Nós entendemos que nós precisamos aumentar os centros de diagnóstico, mas existe um mundo ideal e o possível. O mundo ideal seria testar todo mundo, mas isso não é possível”, apontou David Uip. (Brasil de Fato)