Impacto da pandemia: Unicef alerta governos para crianças sem família

Publicado em 19.07.2021 às 07:18

A Covid-19 já matou mais de quatro milhões de pessoas em todo o mundo, deixando muitas crianças privadas de cuidados parentais. A Unicef pede a intervenção dos governos para prevenir a crise que atinge esta geração e deixa um alerta: “Estas crianças tem maior probabilidade de sofrer violência, abuso, negligência e exploração”. A última declaração de Henrietta Fore, diretora executiva da Unicef, tem o foco nas crianças que correm o risco de ficarem sem cuidados da família, por morte, doença grave ou dificuldades financeiras.  

Henrietta Fore sublinha que ainda é “cedo para estimar o número de crianças órfãs ou abandonadas como resultado da pandemia”, mas o aumento nas mortes em alguns países “significa que muitas crianças, já vulneráveis ​​aos impactos da Covid-19, enfrentam mais sofrimento emocional e preocupações de proteção”.

Para resguardar as crianças dos danos causados pela pandemia, Fore deixa várias diretrizes dirigidas aos governos de todos os países.  

A primeira assenta na garantia de que os executivos devem garantir às famílias “acesso contínuo à proteção social, aconselhamento e cuidados de saúde”.

As crianças privadas de proteção e cuidados da família ficam expostas a “danos físicos, psicológicos, emocionais e sociais”, com consequências graves para a vida futura.  

Fore insiste que o “fortalecimento dos serviços de proteção à criança, incluindo a força de trabalho do serviço social, para crianças e famílias vulneráveis”, será essencial para evitar que sofram abusos, violência, negligência e exploração.

Para uma intervenção mais ativa, os governos tem que “trabalhar com os empregadores para promover políticas favoráveis ​​à família que permitam aos cuidadores protegerem a criança em todas as circunstâncias”.

“É vital que os governos forneçam às famílias o apoio emocional, prático e financeiro de que precisam”, destaca a diretora executiva.

Na ausência de cuidados paternais, as crianças não devem ser entregues a “cuidados alternativos inadequados”. Para Fore, o sistema de educação tem que garantir que “as escolas e outros serviços infantis” estejam “abertos e acessíveis” para receberem todos os meninos.
 O comunicado da Unicef termina com a ideia de um dever contínuo de proteção dos mais vulneráveis: “Como a Covid-19 continua a devastar famílias e comunidades, devemos proteger o direito de todas as crianças de viver e crescer em um ambiente que apoie seu desenvolvimento físico, psicológico, social e emocional”. (RTP, emissora pública de Portugal)