• Falta de insumos e custo de energia prejudicam indústria, aponta CNI

    Publicado em 22.10.2021 às 12:04

    A falta ou alto custo das matérias-primas completou cinco trimestres consecutivos no topo do ranking de principais problemas enfrentados pela Indústria. De acordo com a Sondagem Industrial, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 62,4% das indústrias ainda enfrentam problemas com insumos. Além disso, o alto custo de energia apareceu como um importante problema enfrento pelas indústrias entre julho e setembro deste ano. Foram consultadas 1.954 empresas entre 1º e 15 de outubro. 

    De acordo com o gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, o problema dos insumos tem sido bastante significativo. “A alta dos preços de uma série de insumos ainda é bastante severa e generalizada e ainda há situações de escassez, atraso ou mesmo falta de insumos. Tudo isso afeta a produção. Percebemos uma desorganização das cadeias de produção, com impacto negativo na situação financeira das empresas e no custo das indústrias, o que limita uma recuperação industrial que poderia ser melhor”, explica Marcelo Azevedo.

    O indicador de evolução do preço de matérias-primas registrou 73,2 pontos, resultado bem acima da linha divisória de 50 pontos. Dados abaixo de 50 pontos indicam queda de preços e acima aumento de preços. Por estar bem longe da linha de corte, o índice revela aumentos significativos e bem acima da média histórica.

    No caso da energia, o economista explica que a questão energética impacta diretamente a produção industrial e deve permanecer como ponto de atenção nos próximos meses. “O percentual de assinalações mais que dobrou entre o primeiro e o terceiro trimestres. E foi indicado por quase um quarto dos respondentes”, ressalta.

    O índice de evolução do nível de estoques ficou em 50,1 pontos, praticamente sobre a linha divisória de 50 pontos, que separa a queda da alta dos estoques de produtos finais. Já o indicador de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 49,1 pontos em setembro, o que mostra que o nível de estoques segue aquém do planejado pelas empresas.