• Covid-19: Alemanha prepara-se para tornar vacinação obrigatória e anuncia novas restrições

    Publicado em 2.12.2021 às 14:21

    Na Alemanha, a vacinação contra a covid-19 poderá ser obrigatória a partir do próximo ano, anunciou esta quinta-feira a chanceler alemã, Angela Merkel. Em paralelo, serão também impostas medidas mais restritivas para a população não-vacinada, que ficará impedida de ter acesso a grande parte de serviços de cultura e lazer. A decisão foi anunciada esta quinta-feira durante uma conferência que juntou a atual chanceler Angela Merkel e o sucessor, Olaf Scholz, que deverá ser eleito no Bundestag na próxima semana. 

    Merkel e Scholz concordaram na elaboração de um projeto de lei para tornar a vacinação obrigatória. O documento será submetido ao Parlamento para entrar em vigor entre fevereiro e março.

    Os dois líderes chegaram também a acordo com os representantes dos 16 Estados federados da Alemanha para impedir o acesso da população não-vacinada a vários serviços de cultura e lazer, com a exceção apenas de estabelecimentos essenciais como supermercados, farmácias ou padarias. 

    Este novo sistema proíbe o acesso de população não-vacinada a bares, restaurantes, teatros, cinemas, recintos desportivos ou comércio não essencial. Para além disso, os não-vacinados ficam também limitados ao contato no máximo com duas pessoas fora do seu círculo familiar. 

    A Alemanha, que preocupa-se com uma nova onda da pandemia, conta até ao momento com 68,7 por cento da população vacinada (80 por cento da população adulta). Nos últimos dias, os números da covid-19 no país estabilizaram, mas continuam alarmantes, com muitos hospitais a aproximarem-se de um ponto de ruptura. A emergência de uma nova variante, a Ómicron, só veio adensar ainda mais os riscos de sobrecarga dos hospitais nos próximos dias. 

    “A quantidade de trabalho dos hospitais está a atingir limites”, alertou Angela Merkel. A chanceler alemã apelou à vacinação e diz que as novas regras são “um ato de solidariedade nacional” com o objetivo de reduzir o número diário de novas infecções.
    Olaf Scholz, que deverá suceder a Angela Merkel a partir da próxima quarta-feira, reconhece que a situação de saúde no país é “muito, muito difícil” e que os números de infeção estabilizaram “mas a um nível demasiado elevado”. Esta quinta-feira a Alemanha registou mais 73 mil novas infeções e 388 mortes por Covid-19. 
    O futuro chanceler alemão referiu ainda que a prioridade agora é “convencer quem ainda não se vacinou”. O Governo de Merkel e Scholz pretende administrar mais 30 mil doses de vacinas até ao Natal. (RTP, emissora pública de Portugal)