Critérios ‘personalistas’ de agentes da Vigilância Sanitária inviabilizam renovação de alvarás de funcionamento para indústrias químicas em Goiás
“As exigências da fiscalização em Goiás não encontram similar em nenhum outro Estado”. A afirmação do presidente do Sindicato das Indústrias Químicas no Estado de Goiás (Sindquímica), Jair Alcântara, resume a via-crúcis que empresas do setor vêm enfrentando para renovação do alvará de funcionamento junto à Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa). Diante dessas dificuldades, empresários reuniram-se quarta-feira (16/02) com o secretário estadual de Saúde, Ismael Alexandrino, na sede da pasta, para pedir a adoção de critérios objetivos e procedimentos padronizados.
“A grande dificuldade enfrentada não é a legislação, e sim a forma personalista de interpretação da mesma dada pelos agentes no ato de fiscalizar. O nível de exigência é interminável!”, desabafou Alcântara.
Segundo ele, a morosidade para renovação de alvarás de funcionamento tem prejudicado a continuidade de projetos inovadores da indústria do setor, inclusive já reconhecidos em premiações nacionais, além de trazer insegurança jurídica.
“A não renovação, a demora, coloca as empresas em estado de instabilidade administrativa e jurídica. Sem alvará renovado, mesmo sem estarem interditadas, as empresas têm dificuldades em comprar determinadas matérias-primas, de fazerem registro de novos produtos e notificações, sem falar que há impedimento para se obter empréstimos para ampliação e compras de novos equipamentos”, afirmou. E completou “se houver algum sinistro, há risco de até a seguradora não cumprir a apólice”.
De acordo com levantamento do Sindquímica, a maioria das empresas do setor de cosméticos, saneantes e domissanitários iniciam os procedimentos de renovação do alvará em janeiro e chegam ao final do ano com poucas possibilidades de ter o documento renovado pela Suvisa, mesmo buscando atender as RDCs 47 e 48 [Resolução da Diretoria Colegiada] e a Lei Estadual 16.140 e melhorando sensivelmente suas instalações.
Segundo o presidente do Sindquímica, Jair Alcântara, o secretário de Saúde, Ismael Alexandrino, mostrou-se sensível ao pedido dos empresários. “Saímos da reunião confiantes. Nosso objetivo é buscar um entendimento com os órgãos reguladores e de fiscalização para adoção de modelo adequado de entendimento da legislação e de critérios de fiscalização que sejam objetivos, com procedimentos padronizados, evitando-se interpretações subjetivas”, concluiu.