Prefeitura de Anápolis lança projeto do centro de inovação
Destaque há décadas no cenário industrial goiano, Anápolis subiu o sarrafo nos últimos três anos e trocou as antigas engrenagens pela tecnologia, já presente em inúmeros procedimentos internos. Dever de casa feito, a Prefeitura projeta agora um espaço físico que reúne – além do próprio poder público – representantes do setor produtivo e do universo acadêmico, numa relação onde o primeiro apresenta as suas demandas e os demais oferecem as soluções. O lançamento do Centro de Empreendedorismo, Inovação e Tecnologia de Anápolis (Ceitec), acontece na quarta-feira, 4 de março, às 18h30, na 22ª reunião ordinária da Acia.
No encontro, realizado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, estarão presentes representantes da chamada Tríplice Hélice, modelo criado na década de 1990, associando universidade-indústria-governo, que ainda hoje é considerado chave para o crescimento econômico e o desenvolvimento social baseados no conhecimento. “Convidamos pessoas ligadas às instituições de ensino superior de Anápolis e ao setor produtivo para que conheçam a base do nosso projeto e a importância da participação de todos”, explica o diretor de Inovação e Tecnologia da pasta, Raulison Resende, lembrando que os participantes terão acesso a uma metodologia criada pela consultoria Pieracciani, de São Paulo, para a ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e já validada nacionalmente, que contempla boa parte do que se pretende com o Ceitec.
“Trata-se de uma metodologia testada e que apresentou resultados significativos como a efetivação de 33 contratos entre startups e empresas. “O Valter (Pieracciani), fundador da empresa, vai apresentar números, cases e explicar a aplicabilidade do sistema”, diz Raulison. Ele reforça que o espaço objetiva reunir o máximo de pessoas da academia – professores, pesquisadores e alunos – para que juntos possam pensar em soluções para as necessidades do setor produtivo.
Raulison Resende destaca a importância da criação do Ceitecem função do seu formato, propicio à geração de conhecimento. “Nele teremos coworking – para o compartilhamento de experiências e recursos – internet de alta qualidade e tecnologia. É um ecossistema, que tem, de um lado, a academia pensando em soluções, no outro o setor produtivo, que busca as respostas, e no centro o poder público, fazendo a ponte e atuando como agente facilitador”, detalha. Em curto prazo, o objetivo do espaço, cujo nome oficial será definido futuramente em concurso a ser divulgado, é reunir os universitários da cidade, uma comunidade de pouco mais de 25 mil pessoas. “Queremos que o centro se torne a casa deles, um local para ideias, que serão incubadas, para se transformarem em startups”, completa Raulison Resende
Conforme AnastaciosApostolosDagios, o lançamento do Ceitec é um passo importante na concretização de um projeto que já é pensado há dois anos. “É o núcleo inicial de um futuro parque tecnológico. Anápolis é uma cidade que milhares de universitários e merece um espaço como esse”, diz o secretário de Desenvolvimento Econômico, destacando que vai gerar incalculáveis negócios para o município, futuramente. Representantes do Governo de Goiás, do Congresso Nacional, Assembleia Legislativa, Câmara Municipal de Anápolis e ABDI também estarão presentes, assim como o principal anfitrião do evento, o prefeito Roberto Naves, além de membros de sua equipe.
Apresentação
O fundador da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas, Valter Pieracciani será o palestrante durante o encontro na Acia. Ele traz na bagagem a experiência de quem já dirigiu mais de 800 projetos em companhias líderes como Embraer, Nestlé, Ambev, Petrobras, Pirelli, Avon, Bradesco, Du Pont, e BRF. Por email, o empresário, estrategista, tecnólogo e designer de negócios adiantou um pouco do que será discutido em Anápolis.
1 – O que será trazido e apresentado? É uma metodologia? Já foi testada?
Apresentaremos o projeto para instalação de uma espécie de laboratório de inovação para Anápolis. Trata-se de um ambiente de conexão, aprendizado, co-criação, experimentação e difusão da Cultura de Inovação para o varejo. A consultoria Pieracciani foi responsável pela concepção e operação do Laboratório de Inovação do Varejo da ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), que funcionou na cidade de São Paulo entre julho de 2017 e novembro de 2019. Durante este período mais de 1.500 varejistas compareceram aos eventos e foram fechados 33 negócios entre startups e empresas.
2 – Ao que ela se propõe e quais os resultados esperados?
O laboratório visa ser um espaço de conexão entre empresas, startups, especialistas, fornecedores de tecnologia, universidades e demais partes interessadas no varejo para tornar o setor cada vez mais inovador e competitivo. Serão oferecidos eventos dos mais diversos temas relacionados à inovação para o varejo onde os participantes poderão descobrir, aprender e experimentar novas tecnologias e soluções para melhorarem seus negócios.
3 – Como ela será empregada e quais os elementos necessários para que isso aconteça?
O primeiro passo para a implantação do Laboratório de Inovação do Varejo de Anápolis será a realização de um planejamento estratégico para definir as principais diretrizes do projeto e como será organizado o espaço físico do laboratório, que poderá contar com espaço de co-working para startups, salas de reunião, espaço de demonstração de novas tecnologias, loja conceito e espaço de eventos, por exemplo.
A Pieracciani irá aportar todo o conhecimento acumulado no tema para acelerar a implantação e garantir o sucesso do projeto.
4 – O que a municipalidade ganha? Os cidadãos? A academia? O setor produtivo?
O Laboratório de Inovação de Anápolis tornará os empreendedores da região mais competitivos, gerando aumento de receita e consequente manutenção / expansão dos empregos. Os cidadãos terão uma experiência mais positiva no momento de compra, com mais tecnologias e assertividade por parte dos varejistas. Para o setor produtivo, o Laboratório garantirá uma maior diversidade de varejistas para escoamento da produção, evitando que fiquem restritos aos grandes competidores do segmento que podem forçar uma redução nos preços. Já para a academia, o Laboratório servirá como objeto de estudo e possibilidade de testar hipóteses / tecnologias.